top of page
Buscar

O papel da fisioterapia nos cuidados paliativos a pacientes com câncer

  • Fernando Cesar Iwamoto Marcucci1
  • 5 de jul. de 2017
  • 3 min de leitura

Resumo Os Cuidados Paliativos adotam uma abordagem humanista e integrada para o tratamento de pacientes sem possibilidade de cura, reduzindo os sintomas e aumentando a qualidade de vida. Para isto necessita-se de uma equipe multiprofissional apta a compreender todas as necessidades físicas, psicológicas e espirituais presentes nestes casos. Com o objetivo de delinear a função do profissional fisioterapeuta nos Cuidados Paliativos foi realizada uma revisão abrangente da literatura atual, conjeturada de forma crítica. Conclui-se que a fisioterapia possui um grande número de métodos de intervenções úteis no tratamento paliativo de pacientes com câncer. Para isso é importante a este profissional adequar-se aos aspectos éticos e filosóficos exigidos no tratamento de pacientes terminais, como manter a comunicação com os pacientes e demais profissionais, cultivar responsavelmente a independência funcional e a esperança destes pacientes e lidar com o momento de óbito. As principais intervenções fisioterapêuticas analisadas para os pacientes sem possibilidade de cura são os métodos analgésicos, as intervenções nos sintomas psico-físicos como depressão e estresse, a atuação nas complicações osteomioarticulares, os recursos para a melhora da fadiga, as técnicas para melhoria da função pulmonar, o atendimento aos pacientes neurológicos e as particularidades do tratamento pediátrico. Devido ao potencial benefício da inserção da fisioterapia nos Cuidados Paliativos, é necessário difundir aos fisioterapeutas a discussão de temas relacionados à humanização, morte e Cuidados Paliativos e a realização de maiores investigações para otimizar a atuação deste profissional nos processos oncológicos. Palavras-chave: Assistência Paliativa; Fisioterapia;

A comunicação é essencial para o alívio do sofrimento e ajudar o paciente a achar um senso de controle. A comunicação pode dissipar o sentimento de abandono, que é um dos principais desagrados enfrentados pelo paciente e familiares. Através da discussão do prognóstico e explicação do tratamento, os profissionais podem demonstrar sua atenção e mutualidade frente ao estado do paciente, respeitando as diferenças culturais e convencendo que o crescimento pode ocorrer mesmo no fim da vida. A esperança é instintiva e benéfica no ser humano, auxiliando-o na busca de melhores condições e satisfação. Porém, em alguns casos esta esperança deve ser redirecionada a objetivos mais simples como a reintegração do paciente à sociedade, desenvolvimento de atividades culturais, físicas ou recreacionais4 . Nestes casos o fisioterapeuta deve valorizar pequenas realizações e dividí-las com seus pacientes, sendo necessário para isso manter uma linha de contato aberta com o paciente. A discussão de casos entre profissionais é extremamente útil, pois acrescenta dados sobre o caso e sobre as diretrizes do tratamento, o que contribui para o crescimento profissional e o êxito do atendimento5 . A manutenção da esperança para pacientes com câncer é importante, e uma dificuldade que os profissionais da saúde enfrentam é desenvolver meios para providenciar um atendimento sensível que permita a manutenção da esperança simultaneamente em confronto com a natureza terminal da doença. Um recurso viável a este desafio é redirecionar a esperança do paciente para objetivos em curto prazo e maximizando a qualidade de vida6 . A veracidade é a base da confiança nas relações interpessoais. Comunicar a verdade ao paciente e aos seus familiares constitui um benefício para eles, pois permite a possibilidade de sua participação ativa nas tomadas de decisão (autonomia). Isto é difícil quando se trata de dar más notícias, sendo que muitos profissionais adotam uma atitude paternalista, ocultando a verdade e omitindo informações, formando um círculo vicioso denominado "conspiração do silêncio" que impõe novas aflições ao indivíduo3 . Para evitar tais ocorrências o treinamento profissional é essencial, sendo este uma parte importante dentro dos Cuidados Paliativos7 .


Em geral, aspectos sobre o diagnóstico, evolução da patologia e tratamento médico ficam a cargo da equipe médica e da enfermagem. Aos fisioterapeutas é necessário manter um contato aberto com toda a equipe para não conflitar com as opiniões de outros profissionais o que pode afetar a credibilidade da equipe. É preciso deixar claro os objetivos da fisioterapia tanto para a equipe quanto para os pacientes e familiares, facilitando assim a aceitação e a efetividade do atendimento. Outro aspecto a ser sempre considerado na fisioterapia é o caráter preventivo. Antecipar possíveis complicações é de responsabilidade de todos os profissionais envolvidos, implementando as medidas preventivas necessárias e aconselhando os pacientes e familiares para evitar sofrimentos desnecessários. Quando o profissional está apto a prever as possíveis complicações conseqüentemente estará mais bem preparado para o caso destas ocorrerem. A ocorrência de úlceras de decúbito, infecções, dispnéia ou parada cardiorrespiratória, são alguns exemplos de complicações que se forem deixados para terem seus cuidados decididos na hora em que acontecem podem levar a tomada de decisões equivocadas ou errôneas, além de causar um custo adicional ao tratamento desta complicação3 . Para a terapia física a seleção de técnicas deve respeitar sua utilidade e os resultados esperados. Implementar técnicas fisioterapêuticas sem estabelecer objetivos claros gera insegurança para o profissional e diminuem a confiança do paciente. O benefício a ser buscado é preservar a vida e aliviar os sintomas, dando oportunidade, sempre que possível, para a independência funcional do paciente3 .

http://www.inca.gov.br/rbc/n_51/v01/pdf/revisao4.pdf



 
 
 

Comments


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page