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A associação da obesidade com alterações posturais pelo excesso de massa corporal.

  • http://www2.pucpr.br/reol/public/7/archive/0007-00
  • 21 de jun. de 2017
  • 3 min de leitura

A obesidade é um problema de saúde pública, pois vem crescendo em índices alarmantes. O aumento do tecido adiposo é fator predisponente para diversas doenças, como a hipertensão, doenças cardiovasculares, desordens respiratórias e distúrbios osteoarticulares, entre outros. Estudos indicam que a obesidade gera uma sobrecarga assimétrica sobre a coluna, gerando alterações nas suas curvaturas normais, sendo que na maioria dos casos elas se apresentam mais acentuadas. O objetivo desse trabalho foi analisar a influência do excesso de peso sobre a coluna da criança obesa ou com sobrepeso, comparando-as com a coluna de crianças eutróficas.


Foram utilizados métodos quantitativos de análise postural, por meio de fotos digitais, programa Corel Draw v. 10.0 e régua flexível. Foi realizada uma avaliação postural em 24 crianças obesas, 13 com sobrepeso e 40 eutróficas, com idade entre 7 e 10 anos, no Hospital Universitário da USP e na escola pública João Crispiniano Soares. Observou-se maior incidência de hiperlordose lombar (62%) e protração da cabeça (51%) no GO (Grupo Obeso), sendo 53,85% e 41,67% no GS (Grupo Sobrepeso) e 35% e 12% no grupo eutrófico, respectivamente. Observou-se maior tendência no GO de apresentar aumento nas curvaturas sagitais da coluna, principalmente na lordose e na cervical. Já o GS obteve tendência ao aumento apenas da curvatura cervical.


A obesidade tem aumentado em proporção epidêmica, o excesso de peso na população brasileira já é um problema de maior magnitude do que a desnutrição, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Cerca de 35% da população infantil do mundo tem o problema da obesidade. No Brasil, 15% das crianças são obesas . No adulto, o excesso de gordura corporal aumenta o risco de doenças metabólicas, cardiovasculares, distúrbios respiratórios, osteoarticulares, entre outros

Na infância, os principais riscos são as alterações respiratórias, a elevação do triglicérides e do colesterol, além de distúrbios ortopédicos

Dentre os distúrbios ortopédicos, as alterações posturais da coluna e dos membros inferiores são os mais incidentes. Este fato é preocupante, pois na infância e na adolescência o sistema musculoesquelético ainda está se desenvolvendo, o que torna o corpo mais susceptível a deformações. Sacco et al.

observaram a associação da obesidade com alterações posturais pelo excesso de massa corporal, diminuição da estabilidade e aumento das necessidades mecânicas para adaptação corporal. A boa postura é o estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou deformidade progressiva independente da atitude (ereta, deitada, agachada, encurvada) nas quais essas estruturas estão trabalhando ou repousando. Sob tais condições, os músculos funcionam mais eficientemente e posições ideais são proporcionadas para os órgãos torácicos e abdominais. A má postura é uma relação defeituosa entre várias partes do corpo, que produz uma maior tensão sobre as estruturas de suporte e onde ocorre um equilíbrio menos eficiente do corpo sobre sua base de suporte


Existem basicamente duas formas principais de avaliação postural, sendo a forma qualitativa a mais tradicional e barata, estando baseada na prática e olho crítico do terapeuta. E a forma quantitativa, que tem como recurso a fotogrametria, permite que a foto seja analisada por programas de computador e as alterações quantificadas, permitindo melhor comparação entre pacientes e até entre os estágios de evolução de um mesmo paciente

São inúmeras as causas de alterações posturais e quase sempre atuam conjuntamente. Dentre essas causas, o excesso de peso corporal deve ser especialmente abordado devido às suas diversas Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 20, n. 1, p. 77-84, jan./mar., 2007 Mari Oliveira Mota Kussuki, Silvia Maria Amado João, Ana Claudia Pereira da Cunha 79 conseqüências, como a diminuição da estabilidade e aumento da solicitação mecânica.


Muitos estudos clínicos sobre a obesidade e suas conseqüências são feitos, mas do ponto de vista da biomecânica esses estudos ainda são muito escassos


Fisberg avaliou 46 crianças e adolescentes obesos, encontrando um elevado número de alterações posturais, como a hiperlordose lombar, a protração da cabeça, a anteversão pélvica, rotação medial do quadril, joelhos valgos e pés planos, ocasionados pela exagerada massa corporal, sobrecarregando o sistema musculoesquelético. No trabalho de Souza e Sacco, foi demonstrado que o arco longitudinal medial dos pés se forma mais tardiamente em crianças obesas. Deste modo, a obesidade traz alterações posturais e a identificação dos padrões dessas alterações é de extrema importância para uma intervenção precoce e para o tratamento dessas, prevenindo alterações musculoesqueléticas mais significativas que a obesidade venha gerar ou agravar no decorrer da vida adulta.


IMAGEM:Ministério da Saúde


http://www2.pucpr.br/reol/public/7/archive/0007-00001516-ARTIGO-09.PDF


 
 
 

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